Panfleto do Primeiro de Maio
Espaço Socialista e Movimento de Organização Socialista
Nesse Primeiro de Maio de 2016, estamos no Rio de Janeiro num momento de forte mobilização dos servidores e da juventude, liderados particularmente pela educação. O governo estadual, covardemente, atacou os aposentados cortando-lhes o salário, mas a força da mobilização e das ocupações de escola fizeram com que sofresse uma séria derrota diante da decisão judicial do arresto efetivado para pagamento de pensionistas e aposentados. Começou assim a derrota do governo estadual do Rio. Agora é manter a greve e as ocupações até a vitória total. Pela educação pública, gratuita e popular.
O SEPE, bem como os outros sindicatos dos servidores não podem agora ser arrastados para carimbar o orçamento público mal-administrado. O governo busca o envolvimento sindical na desculpa oficial do estado quebrado. Por isso dizemos não ao co-governo, o Sepe não deve ajudar o governo a administrar a crise. O que pode garantir a vitória total é confiar nas forças da greve e das ocupações. A força da greve é a decisão coletiva.
Ao mesmo tempo, no grave momento nacional os trabalhadores devem barrar o ataque orquestrado pelo imperialismo global e com o apoio das corporações e bancos transnacionais que depois de rodar o mundo (Líbia, Venezuela, Síria, Egito, Ucrânia, Grécia, etc) repetem o mesmo esquema no Brasil. Dizer não a esse impeachment não é apoiar o governo, mas garantir a defesa dos direitos dos trabalhadores que o PT não é capaz de garantir. A direção petista e seus acólitos conduzem às derrotas que estamos presenciando.
O PT e a FBP (Frente Brasil Popular) não são as direções capazes de barrar o golpe. Ele está em andamento e não para no golpe constitucional. Vai além. No Brasil o imperialismo globalizado utilizou-se de mais de uma estratégia de desestabilização, isso porque o país é uma potência líder multipolar, com arranjo institucional amplo. Ou seja, a planejada destituição iniciada por uma Inquisição anti-corrupção, pode redundar numa chamada guerra contra todos os direitos conquistados pelos trabalhadores desde o século passado.
Até mesmo conquistas que os militares de 64 não ousaram tocar, agora são alvos de pressões e ataques, tais como o parcelamento do 13º salário, lei assinada pelo presidente deposto João Goulart. Agora, com os novos projetos de lei no Congresso Nacional pretende-se por fim às leis de proteção do trabalhador que datam desde o governo Vargas. Bem como pretende-se atacar uma conquista daquele período que é a soberania brasileira sobre o petróleo, por meio da Petrobras. Assim, o ataque contra a classe trabalhadora mistura-se ao ataque imperial contra o que ainda resta de independência econômica brasileira.
E isso tudo contou com a negligência e também a colaboração do governo da FBP liderado pelo PT, que agora foi abandonado depois de desarmar a classe trabalhadora. Com a política sindical da CUT e do CTB de permanentemente desmobilizar e desorganizar os trabalhadores, agora essas centrais lideradas respectivamente pelo PT e o PCdoB não conseguem impedir que a classe seja intimidada pelas hostes de direita sem que, no entanto, tenham uma política unificada nacional para barrar o ajuste fiscal, a reforma trabalhista e da previdência, que significarão se aprovadas nas maiores derrotas da história brasileira recente. Além disso presume-se que vá assumir Michel Temer, não eleito, o que concretiza a manobra golpista.
Se a sociedade se calar, minimizar ou ignorar como fizeram TODOS os deputados, diante de um deputado nazifascista, como Bolsonaro, que deu a senha para a ativação dos esquadrões da morte em plena rede de TV nacional, estaremos deixando que a sociedade resolva todo tipo de pendência pelas vias de fato. Portanto, para defender a classe trabalhadora, os idosos e aposentados, a juventude, batalhamos pela unidade dos explorados a partir das lutas para a realização de uma Greve Geral contra as ameaças e os ataques do império e seus aliados da direita no Brasil contra os trabalhadores.
Viva a classe trabalhadora internacional!
Por um ato nacional no Rio de Janeiro, dia da abertura dos Jogos Olímpico (05 de agosto)!